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sexta-feira, 24 de abril de 2015

Quando a "tradição cultural" justifica o crime

É vulgar, hoje, invocar-se a "tradição cultural" de um grupo, de um povo ou de uma religião para justificar actos que colidem com os valores contemporâneos, nomeadamente, da Declaração Universal dos Direitos do Homem.

Vejamos alguns exemplos de actos que já foram historicamente aceites noutras eras, e que, sendo intoleráveis hoje,  ainda se mantêm  protegidos pela tal ideia de "tradição cultural".

Mutilação genital feminina

Ainda largamente praticada na África subsariana, a mutiliação genital feminina é, hoje, combatida por ofender todos os direitos das mulheres. 


Casamento infantil

Ainda largamente praticado em África e na Ásia, o casamento infantil é, hoje, considerado pedofilia, e combatido por ofender, mais uma vez, o direito das mulheres.


Violência doméstica

"Entre marido e mulher não metas a colher" dizia-se, até há alguns anos, em Portugal. Hoje é um crime público que abarca a violência doméstica sobre crianças, idosos, mulheres e homens, mas a sua denúncia ainda choca com a "tradição cultural".


Escravatura 
A paquistanesa Ialee Kohi trabalhou durante 
mais de 20 anos como escrava. 

Ainda praticada em todo o mundo, inclusive em Portugal, a escravatura de homens, mulheres e crianças é combatida, hoje, por ofender os direitos humanos.


Violência sobre os animais


Touradas, caça aos golfinhos, focas e baleias, ou a industria das peles preciosas, são exemplos de como a violência sobre os animais pode ser particularmente chocante aos olhos contemporâneos, sobretudo no que toca à dimensão "espectáculo". Por muito "artisticos" ou economicamente interessantes que sejam. 


Mas é uma questão de tempo para que tudo isto desapareça...E depende da força da opinião pública.